História
1984
O governador Franco Montoro, o prefeito Mário Covas, o senador Fernando Henrique Cardoso e o deputado Dante de Oliveira, junto com outros democratas do Brasil, lideraram um movimento popular e pacífico pela redemocratização do país.
No dia 25 de janeiro de 1984, um comício na Praça da Sé, em São Paulo, reúne 300 mil pessoas e deflagra uma campanha em favor da aprovação da emenda constitucional que reestabeleceria as eleições diretas no Brasil.
A emenda, de autoria do deputado Dante de Oliveira, no entanto, acabou derrubada em uma sessão da Câmara dos Deputados no dia 25 de abril, apesar de ter recebido 298 votos a favor e apenas 65 contra. Faltaram 22 votos para que o quórum mínimo fosse atingido.
1985
Após a derrota da emenda Dante, os principais líderes da campanha Diretas Já decidiram lançar a candidatura do mineiro Tancredo Neves à Presidência da República pelo antigo MDB. Para isso, Tancredo teve de se submeter ao Colégio Eleitoral, composto em sua maioria por deputados e senadores do PDS, partido que dava sustentação ao regime militar.
Embora a eleição fosse indireta, Tancredo percorreu o país novamente em busca do apoio popular. E, graças a uma dissidência de integrantes do PDS que formaram a Frente Liberal, acabou eleito em 15 de janeiro, encerrando 20 anos de uma ditadura militar que havia se instalado no país em 1964.
Tancredo morreu antes de tomar posse, mas as forças democráticas novamente se mobilizaram para garantir que seu vice, José Sarney, assumisse o governo.
1986
É instalada a Assembleia Nacional Constituinte. Mário Covas, então eleito senador pelo PMDB, comanda os trabalhos na elaboração da nova Constituição, que iria consolidar os direitos e garantias individuais e sociais, iniciar o resgate da dívida social e assegurar a democracia plena.
Na época, Covas contou com a colaboração dos senadores Afonso Arinos, Fernando Henrique e José Richa e dos deputados Euclides Scalco, José Serra e Pimenta da Veiga. Eles e mais outros fundariam o PSDB dois anos depois.
1988
O PSDB nasce a 25 de junho, “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, para fazer germinar novamente a esperança”.
O partido ainda está se constituindo, mas disputa as eleições municipais de 15 de novembro, elegendo 18 prefeitos no país. Entre eles, Pimenta da Veiga em Belo Horizonte e Ademir Lucas em Contagem (MG).
Em Minas Gerais, Carlos Mosconi assume a presidência do Diretório Regional Provisório.
1989
O país realiza a primeira eleição direta do país, após o fim do regime militar. Candidato à presidência, o senador Mário Covas afirma que “é possível conciliar política e ética, política e honra, política e mudança”. Também defende um “choque de capitalismo” para reformar o país. Não consegue passar para o segundo turno e anuncia seu apoio ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que acaba derrotado pelo ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, eleito pelo nanico PRN.
1990
Apesar das tentativas de cooptação do então presidente Fernando Collor, o PSDB se mantém distante do Planalto, dando seu apoio no Congresso apenas ao que fosse favor dos brasileiros.
Aumenta sua bancada para nove senadores e elege 38 deputados federais e 67 estaduais em 19 estados. No Ceará, Tasso Jereissati elege seu sucessor, Ciro Gomes.
1991
A segunda Convenção Nacional do PSDB se realizou em 1º de setembro de 1991, resultando na escolha de Tasso Jereissati para a presidência da Executiva Nacional. Pouco depois, em 25 de outubro, o PSDB promoveu seu I Encontro Nacional de Dirigentes Estaduais, que teve por objetivo discutir a situação do País e a estratégia para as eleições municipais de 1992.
Em Minas Gerais, Paulino Cícero assume a presidência do partido.
1992
O PSDB elege 293 prefeitos, 207 vice-prefeitos e 3.274 vereadores em todo o país – um crescimento de 1.500%.
Diante das denúncias de corrupção que atingem o governo Collor, o PSDB participa ativamente da campanha pelo impeachment do então presidente da República.
Após o afastamento de Collor, os tucanos trabalharam para garantir a governabilidade do novo presidente Itamar Franco. Fernando Henrique assume o comando do Ministério das Relações Exteriores.
1993
À frente do Ministério da Fazenda, Fernando Henrique, com uma equipe de economistas ligados ao PSDB, começa a elaborar o Plano Real.
No plebiscito sobre a forma de governo do Brasil – presidencialismo, parlamentarismo ou monarquia – o partido defende o parlamentarismo, que está em seu programa de fundação. Mas a maioria dos brasileiros opta por manter o presidencialismo.
Saulo Coelho é eleito presidente do partido em Minas Gerais.
1994
O Plano Real entra em vigor em 1º de julho, acabando com anos de hiperinflação e especulação financeira, recuperando o poder aquisitivo dos trabalhadores e a confiança dos brasileiros num país mais justo, rico, generoso e solidário.
Diante do sucesso do plano econômico, Itamar lança a candidatura Fernando Henrique à Presidência da República. Numa aliança com o PFL, Fernando Henrique é eleito presidente no primeiro turno, com mais de 34 milhões de votos (54,28%)
Eduardo Azeredo é eleito governador de Minas Gerais. O partido elege também os governadores de São Paulo, Mário Covas; Rio de Janeiro, Marcello Alencar; Pará, Almir Gabriel; Sergipe, Albano Franco; e Ceará, Tasso Jereissati.
No Congresso, a legenda elege nove senadores e 62 deputados federais.
1995
Em 1º de janeiro, Fernando Henrique Cardoso assume a Presidência da República. O primeiro ano de seu mandato é concluído com uma série de indicadores positivos, como a diminuição da inflação – que fechou 1995 em 22,41%, contra 916,46% do ano anterior. Também iniciam seus mandatos em 1995 os governadores tucanos nos estados de Ceará (Tasso Jereissati), Minas Gerais (Eduardo Azeredo), Pará (Almir Gabriel), Rio de Janeiro (Marcello Alencar), São Paulo (Mário Covas) e Sergipe (Albano Franco).
Aécio Neves é eleito presidente do PSDB mineiro.
1996
O PSDB elege os prefeitos de Cuiabá, Teresina, Goiânia e Vitória. No total, são 910 prefeitos e 6.744 vereadores em todo o país.
1997
O terceiro ano de mandato de Fernando Henrique Cardoso registra a menor inflação do Brasil em 46 anos. O governo FHC também realizou, em 1997, feitos como a elaboração de leis que criaram as agências reguladoras de energia elétrica, petróleo e telecomunicações e a privatização da companhia Vale do Rio Doce, entre outros. Além disso, o país fechou seu quinto ano consecutivo com crescimento econômico.
1998
Fernando Henrique é reeleito presidente, novamente, no 1º turno, com mais de 35 milhões de votos (53,06%).
O PSDB reelege os governadores Mário Covas (SP), Tasso Jereissati (CE), Almir Gabriel (PA), Dante de Oliveira (MT) e Albano Franco (SE). Em Goiás e no Espírito Santo, saem vitoriosos das urnas, Marconi Perillo e José Ignácio Ferreira, respectivamente.
O partido conduz ao Congresso Nacional quatro senadores e 99 deputados federais.
1999
Fernando Henrique Cardoso inicia, em 1º de janeiro, seu segundo mandato como presidente da República. Em seu discurso de posse, FHC afirma que seus objetivos principais para o mandato são “radicalizar a democracia, democratizar o mercado, aumentando a competição, e promover mais ampla oportunidade para todos os brasileiros”. O ano terminou com inflação sob controle, na faixa de 8%, taxa de juros no nível mais baixo desde 1994 e captação recorde de investimentos diretos – a despeito de uma crise financeira que se iniciou na Ásia e afetou todo o planeta no final da década de 1990.
2000
O PSDB elege quatro prefeitos de capitais – Vitória, Boa Vista, Teresina e Cuiabá, além de 983 prefeitos e 7.690 vereadores. É aprovada a Lei de Responsabilidade Fiscal, proposta idealizada pelo PSDB que disciplina os gastos públicos brasileiros, com base no princípio de que os governantes precisam ter controle em suas despesas e investimentos.
O PSDB de Minas Gerais elege Danilo de Castro como presidente.
2001
Aécio Neves (MG) é o primeiro tucano a ser eleito presidente da Câmara dos Deputados. A gestão tucana, entre 2001 e 2002, deu mais agilidade e transparência ao Legislativo com uma pacote ético que incluiu a criação da Comissão de Legislação Participativa e da Ouvidoria Parlamentar, a criação do Conselho de Ética e a reformulação do conceito de imunidade parlamentar – possibilitando o julgamento de deputados por crimes comuns.
2002
Aécio Neves é eleito governador de Minas Gerais. Eduardo Azeredo assume como senador. O partido se consagra, pela terceira vez consecutiva, nos governos de São Paulo, Ceará e Pará; reelege, em Goiás, Marconi Perillo e elege os governadores da Paraíba, Cássio Cunha Lima; e Rondônia, Ivo Cassol.
Para as eleições presidenciais, o PSDB lança o nome do ex-ministro José Serra, que obtém mais de 33 milhões de votos e fica em segundo lugar.
2003
Ao subir a rampa do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, o novo presidente, anuncia a manutenção do Plano Real, das privatizações e da política econômica do governo Fernando Henrique, embora o PT tenha sido oposição a todas essas medidas durante as duas gestões de FHC.
Incorpora, ainda, os cinco mais importantes programais sociais de Fernando Henrique, consolidando-os no programa Bolsa Família.
O governo anuncia também a reforma da Previdência, à qual era contrário e que só foi aprovada graças aos votos das bancadas do PSDB na Câmara e Senado.
Nárcio Rodrigues assume a presidência do partido em Minas Gerais.
2004
Um ano após ser eleito governador, Aécio Neves anuncia o “déficit zero” nas contas públicas do estado de Minas Gerais,a partir da adoção de um novo modelo de trabalho, denominado “Choque de Gestão”. Para obter esse resultado, determina a extinção de cargos, enxuga o tamanho do Estado e corta seu próprio salário.
O PSDB elege 870 prefeitos, entre eles, quatro de capitais. O partido ganha, pela terceira vez consecutiva, as prefeituras de Teresina (PI) e Cuiabá (MT). José Serra vence a prefeitura de São Paulo (SP). Beto Richa triunfa em Curitiba (PR). São eleitos 4.963 vereadores.
2005
Tasso Jereissati é eleito presidente do PSDB e volta a ocupar o cargo que exercera entre 1991 e 1994. Os prefeitos eleitos pelo partido em 2004 começam a exercer seus mandatos – entre eles, José Serra (São Paulo), Beto Richa (Curitiba), Silvio Mendes (Teresina) e Wilson Santos (Cuiabá).
2006
Aécio Neves é reeleito em primeiro turno, recebendo a maior votação da história de Minas: cerca de 77% dos votos válidos.
Pelo PSDB, José Serra é eleito governador de São Paulo – o partido administra o estado desde 1995. O partido ainda elege os governadores Ottomar de Souza Pinto, em Roraima; Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul; Beto Richa, no Paraná; Cássio Cunha Lima, na Paraíba; Ivo Cassol, em Rondônia; e Teotonio Vilela Filho, em Alagoas. O partido também conduz ao Congresso Nacional, 66 deputados e 14 senadores.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, concorre à presidência da República e fica em segundo lugar, com mais de 37 milhões de votos.
2007
Em Convenção Estadual, Custódio Mattos é eleito presidente do PSDB de Minas Gerais
2008
O PSDB reelege os prefeitos de Cuiabá (MT) e Teresina (PI), pela quarta vez consecutiva, e de Curitiba. Elege também o prefeito de São Luís (MA), além de 790 prefeitos e 5.897 vereadores em todo o país.
No auge da crise financeira internacional, o presidente Lula anuncia a intenção de enviar o texto integral do Proer para ensinar o presidente dos EUA, George W. Bush, a enfrentar a quebradeira generalizada dos bancos. O PT sempre foi oposição ao Proer.
2009
Em sessão solene no Senado, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique e de membros de sua equipe econômica, o PSDB comemora 15 anos de vigência do Plano Real.
Paulo Abi-Ackel assume a presidência do partido em Minas Gerais.
2010
Em Minas, Antônio Anastasia dá continuidade ao terceiro mandato dos tucanos no estado e Aécio é eleito senador, recebendo 7.565.377 votos. Geraldo Alckmin é eleito para um novo mandato de governador em São Paulo. Beto Richa se elege no Paraná; José de Anchieta Júnior em Roraima, e Teotônio Vilela Filho, em Alagoas. Siqueira Campos vence no Tocantins e Marconi Perillo, novamente, em Goiás. Simão Jatene retorna ao governo do Pará.
O partido elege 6 senadores e 53 deputados federais. Numa votação histórica, Aloysio Nunes Ferreira elege-se senador por São Paulo, com 11 milhões de votos. José Serra é indicado pelo partido às eleições presidenciais e conquista mais de 43 milhões de votos, ficando em segundo lugar.
Aécio Neves inaugura a Cidade Administrativa Tancredo Neves, a nova sede do Governo de Minas, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
2011
Sérgio Guerra é reeleito presidente nacional do PSDB. Sob seu comando, o partido garante maior espaço e participação aos segmentos do partido como PSDB Sindical, Juventude Social Democrata e PSDB-Mulher.
2012
Ano de comemoração dupla para os tucanos: 24 anos do PSDB e 18 anos de Plano Real. Nas eleições municipais, o partido elegeu 695 prefeitos, entre eles quatro de capital: Manaus (AM), Belém (PA), Teresina (PI) e Maceió (AL). Também foram eleitos 5.261 vereadores
2013
O senador mineiro Aécio Neves é eleito presidente nacional do PSDB e começa a articular uma frente de oposição ao governo petista de Dilma Rousseff.
Marcus Pestana assume a presidência do partido em Minas Gerais.
2014
Os senadores Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes (SP) são indicados para compor a chapa presidencial do PSDB. Com mais de 51 milhões de votos, eles quase vencem a disputa. Cinco tucanos são eleitos governador: Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS) e Simão Jatene (PA). O partido consegue eleger ainda 97 deputados estaduais, 54 deputados federais e quatro senadores.
Em Minas, Pimenta da Veiga disputou as eleições para governador. Antonio Anastasia foi eleito senador pelo estado.
2015
O governador do Mato Grosso, Pedro Taques, se filia ao PSDB e, assim, o número de governadores tucanos sobe para seis. O senador Aécio Neves é reeleito presidente nacional do partido.
Domingos Sávio assume a presidência do PSDB-MG.
2016
O PSDB saiu das eleições municipais de 2016 como o maior vitorioso entre as legendas brasileiras, um resultado que garante à ao partido governar um em cada quatro eleitores do país. Foram eleitos 804 prefeitos, sendo sete de capital: João Dória em São Paulo (SP), Nelson Marchezan Júnior em Porto Alegre (RS), Zenaldo Coutinho em Belém (PA), Firmino Filho em Teresina (PI), Rui Palmeira em Maceió (AL), Dr. Hildo em Porto Velho (RO) e Arthur Virgílio em Manaus (AM). Foram eleitos ainda 5.367 vereadores.
2017
De olho na expansão do mercado de trabalho e na desburocratização, o PSDB comandou a aprovação da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro deste ano. Na Câmara, o debate foi liderado pelo relator da proposta, deputado Rogério Marinho (RN). Entre os pontos defendidos pelos tucanos, destaca-se o fim do imposto sindical obrigatório. Um dos efeitos da mudança na legislação trabalhista foi a redução em quase 50% do número de ações trabalhistas.
2018
O PSDB elege três governadores: Eduardo Leite (RS), João Doria (SP) e Reinaldo Azambuja (MS). No Congresso Nacional, a bancada tucana na Câmara fica com 29 deputados federais e no Senado com oito senadores. As tucanas alcançam um feito inédito: aumento de 60% da representação feminina no Congresso Nacional e nas Assembleias Estaduais. Geraldo Alckmin disputa à presidência da República. Fica em quarto lugar, com mais de 2 milhões de votos.
2019
Paulo Abi-Ackel volta a ser eleito como presidente do PSDB em Minas Gerais, posto que ocupa até hoje.
2022
Marcus Pestana é o candidato do PSDB-MG ao governo do estado.
GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO– 1994/1998 e 1998/2002
A frente da Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso moderniza a economia com as privatizações, a transferência do monopólio da Petrobras para a União, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o Proer e o Fundef.
A privatização da Telebras “socializou” as telecomunicações. Hoje, o celular pré-pago é o verdadeiro “endereço digital” dos cidadãos.
A transferência do monopólio do petróleo para a União permite à Petrobras a formação de “joint ventures” que levará, posteriormente, à descoberta da camada do Pré-sal.
A LRF contribui para sanear as finanças dos estados, que se encontravam falidos, sem dinheiro até para a folha de pagamento dos seus funcionários.
O Proer impõe o saneamento financeiro dos bancos, que vão enfrentar, com tranquilidade, a crise financeira internacional de 2008.
O Fundef, ao final do segundo mandato de FHC, será responsável pelo ingresso de 97% das crianças entre sete e 14 anos no ensino público.
Fernando Henrique cria cinco programas que iniciam o resgate da dívida social e a inclusão social das camadas mais carentes da sociedade: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale-Gás, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e o Programa para Jovens em Situação de Risco.
Pela primeira vez, os idosos com mais de 67 anos, portadores de deficiências e inválidos passam a receber um salário mínimo mensal.
Numa campanha comandada pelo então ministro da Saúde, José Serra, o Brasil consegue na Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização Mundial da Saúde (OMS) o reconhecimento ao direito de quebra de patentes de medicamentos em caso de pandemias. O país também se torna referência internacional na produção de medicamentos genéricos.
Com um crescimento de 86% no consumo, o frango chega à mesa dos mais pobres.