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Pais e sociedade devem se responsabilizar pelo uso adequado de eletrônicos pelos menores

2 de junho de 2023

utilização de eletrônicos por crianças e adolescentes deve ser controlada pelos pais e pela sociedade como um todo e estes últimos precisam adotar medidas na busca do equilíbrio desse uso com atividades físicas e interações sociais de forma presencial. Resumidamente, essa foi a principal diretriz consolidada durante a reunião da Comissão de Esportes, Lazer e Juventude, nesta terça-feira (23/5/23), que tratou dessa temática.

Audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reuniu especialistas de diversas áreas para aprofundar a discussão e sugerir novas propostas de abordagem.

Para Marcelle Bacellar, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, o uso das novas tecnologias é uma realidade e, de fato, elas são benéficas em algumas situações. No entanto, é necessário traçar parâmetros para crianças e adolescentes, impedindo que o uso se torne prejudicial. “Limites devem ser estabelecidos pelos pais e obedecidos pelos filhos”, sustentou ela, defendendo o equilíbrio da interação digital com atividades físicas e relacionamentos sociais, presenciais no caso, com outros adolescentes.

A delegada acrescentou que as regras têm que ser estabelecidas de forma precisa, para que o usuário saiba em que dias e por quantas horas pode usar o aparelho. Outras orientações aos pais dizem respeito à proibição do uso de celulares e outros durante as refeições e na hora de dormir. Por fim, ela indicou o uso de filtros de conteúdo nos celulares, “para que não acessem sites impróprios para a idade deles”.

Afora todas as orientações técnicas, Marcelle Bacellar orientou que os pais devem estreitar ao máximo as relações com seus filhos. “Temos que respeitar certo isolamento deles, mas não a ponto disso se transformar num abismo que impeça de nos aproximarmos deles; fazer isso só com orientação e muito amor e carinho”, concluiu.

Visão punitiva

Na fase de debates, o jornalista Antônio Coquito propôs uma reflexão na linha do que a psicóloga avaliou. Para ele, a maioria das falas teve caráter punitivo, colocando o maior peso da responsabilidade sobre as famílias. “Temos que discutir corresponsabilidades. Começamos a discutir hoje e devemos buscar soluções em outras esferas não representadas nesta audiência”, refletiu.

Ele ainda analisou que, “quando a criança fica exposta aos crimes da web, está denunciando nossa incompetência como sociedade”. Nesse sentido, ele questionou o fato de crianças e adolescentes não terem sido convidados para a reunião. “Cadê essas pessoas para dizerem aqui porque estão se escondendo na internet?”, indagou ele.

O deputado Leonídio Bouças (PSDB), que presidiu a reunião, lembrou que o uso indiscriminado de eletrônicos está provocando o aumento do índice de suicídios, conforme pesquisa da Organização Mundial de Saúde. Além desse problema, efeitos na saúde são também experimentados, tais como: depressão, transtornos de sono, deficit de atenção, problemas visuais e auditivos, vícios de postura, agressividade e comportamentos autolesivos.